sábado, 3 de abril de 2010

A Cidade Perdida...

Jeronymo Monteiro
Jeronimo Monteiro (1908 - 1970), paulista, é conhecido como o pai da ficção científica brasileira. Jeronimo (ou Jeronymo), começou a ficar conhecido através de seu romance policial, 'O colecionador de mãos' (nos anos 30), assinando com o pseudônimo Ronnie Wells. A partir daí se iniciaria uma série de livros de ação (com pitadas de FC), com as aventuras do investigador Dick Peter em Nova Iorque, e que o levaria posteriormente a ganhar um programa na Rádio Difusora, em 1937. A ótima repercussão de suas rádio-novelas, logo lhe presenteariam com a direção e produção de programas semelhantes, nas rádios Cosmo e América.A partir de 1947, Monteiro publicou uma série de romances de FC e editou uma antologia: “O Conto Fantástico”, Civilização Brasileira, 1959.Homem de muitos talentos, Jerônimo foi o primeiro editor da revista O Pato Donald (Editora Abril). Traduzia os quadrinhos de Walt Disney, inventando nomes de personagens que ficaram famosos, como Tio Patinhas e Huguinho, Zezinho e Luizinho, entre outros.Em 1964 fundou a Sociedade Brasileira de Ficção Científica, que reunia escritores como André Carneiro e Rubens Teixeira Scavone. No início da década de 1970, tornou-se editor do Magazine de Ficção Científica, edição brasileira do The Magazine of Fantasy and Science Fiction.Através de sua coluna no jornal Tribuna de Santos, Monteiro divulgava o gênero, e talvez esta tenha sido sua contribuição mais importante para a FC nacional, sua luta incessante pela 'profissionalização' da FC e pelo distanciamento dos modelos importados do estrangeiro.
Quando publicou 'A Cidade Perdida', em 1948, Monteiro não era um novato, nem nas letras, nem no gênero literário que o consagrou. No volume constam, como “obras do mesmo autor”: o País das Fadas [1930 - Cia. Melhoramentos de São Paulo], O Irmão do Diabo (narrativa da aventura de Walter Baron) [1937 - Cia. Editora Nacional], O Homem da Perna-Só [1943 - Anchieta Editora], O Tesouro do Perneta [1943 -Anchieta Editora], A Ilha do Mistério [1943 - Anchieta Editora], Os azi na Ilha do Mistério [1943 - Anchieta Editora], O Palácio Subterrâneo nas Antilhas [1943 -Anchieta Editora] e 3 Meses no Século 81 [1947 - Livraria do Globo].(...)Marco A. M. Bourguignon, em Um Pequeno Resgate da História da Ficção Científica Brasileira [www.scarium.com.br/artigos/hfc.html], registra: “Foi com o paulista Jeronymo Monteiro (1908-1970) que a “ficção científica brasileira” passou a existir como universo literário à parte da literatura, criando regras e métodos próprios, além de formar um público específico. Em 1947, Monteiro publicou, “Três Meses no Século 81” e, em 1948, “A Cidade Perdida”. Antes disso, até o final da década de 30, não existia no Brasil um movimento literário em prol da ficção científica, envolvendo escritores e leitores. Antes havia surgido alguns textos casuais de autores da literatura, como: Gastão Cruls, Menotti del Picchia, Érico Veríssimo, Adazira Bittencourt e Monteiro Lobato. Mas ainda não havia uma tradição literária em ficção científica. Eram apenas ambientados em universos remotos habitados por seres fantásticos além, é claro, de ambientes utópicos e de aventuras.”Seu último trabalho, publicado na época do AI-5, seria uma coletânea de contos de FC sob o sugestivo título de 'Tangentes da realidade'.Na década de 90, foi criado em sua homenagem, o Prêmio Jeronymo Monteiro, pela edição brasileira da revista Asimov's Science Fiction.

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